As profundas transformações sociais, a rápida
evolução das tecnologias de informação e comunicação e as mudanças instituídas
pelo Processo de Bolonha, trouxeram uma necessidade de se reestruturar o Ensino
Superior, na medida em que o controlo da aprendizagem passou do professor para
o estudante, deixando estes de ser simples utilizadores e passaram também a ser
autores e produtores de documentos multimédia, passando toda a informação a
estar disponível online. No entanto, devemos sempre considerar os aspetos
relacionados com a modelação cognitiva do aprendente e o seu estilo de
aprendizagem, assim como os aspetos afetivos, relacionados com a motivação, a
satisfação, a imaginação e a criatividade, não descurando as questões
relacionais, como o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem colaborativa
e cooperativa, reconhecendo-se então a necessidade do processo ser sustentado
por modelos pedagógicos colaborativos, construtivistas e de aprendizagem pela
descoberta que permitam ligar vários estilos de aprendizagem e promover a
construção social do conhecimento através da interação. No entanto, grande
parte destas iniciativas, tende a replicar as políticas até agora vigentes,
sendo as plataformas, por vezes, usadas apenas como repositórios de informação,
tornando-se necessário para ultrapassar estas ideias pré concebidas, que se
utilizem modelos de aprendizagem que associem processos de desconstrução e que
promovam “verdadeiros” ambientes de aprendizagem colaborativos e
construtivistas em plataformas digitais. Surgiram então vários modelos,
destacando-se entre os quais os modelos Community of Inquiry e o
modelo de e- moderating, em que no primeiro evidenciavam-se três dimensões,
sendo estas a dimensão cognitiva marcada pelo pensamento crítico, a dimensão
social assente na criação de relações afetivas entre os participantes e a dimensão
docente, cabendo a este a tarefa de implementar e desenvolver a comunidade e
orientar a aprendizagem dos seus membros. Logo para os seus autores, o modelo
assenta numa perspetiva construtivista da aprendizagem e a construção do
conhecimento individual deve-se, em grande medida, ao ambiente social. O
segundo modelo por sua vez, baseia-se em cinco níveis ou etapas orientadoras da
atividade do professor-moderador, para conseguir a construção de comunidades
virtuais de aprendizagem autónomas, sendo um modelo que assenta na atividade do
e-moderador visando a independência do estudante no trabalho com os outros
elementos do grupo. A primeira etapa denominada de acesso e informação, é necessária
para os estudantes dominarem a tecnologia e acederem facilmente e com motivação
ao sistema de comunicação online, a segunda etapa de socialização online,
pretende que se crie uma certa identidade de grupo, sendo assim uma etapa base
para desenvolver a interação e construção do conhecimento, na terceira etapa,
de troca de informação, podem já realizar-se tarefas em cooperação e
colaboração, na quarta etapa, de construção do conhecimento, espera-se que os
estudantes comecem a assumir o controlo da sua própria aprendizagem e
finalmente na última etapa, a de desenvolvimento, os elementos do grupo
tornam-se responsáveis pela sua própria aprendizagem, sendo uma etapa dominada
pela criatividade, pela crítica, pela auto-reflexão e pela verdadeira
aprendizagem em grupo.
Quanto a mim, o recurso às
plataformas digitais, exige um grande feedback e orientação dos professores e
colegas, para que venham ao de cima as grandes potencialidades dos meios de
comunicação online, sendo estas, a coordenação, a cooperação e a co-construção
de conhecimento. Seguindo estas directrizes, abre-se o caminho a uma
aprendizagem colaborativa, que contribui não só para o sucesso individual como também
de todo o grupo..
Bibliografia:
Monteiro,
A.;Moreira, A.J.Almeida, A.C. (2012). Educação Online: pedagogia e
aprendizagem em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso - Portugal.